sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Fumar o cigarro dos outros

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Nunca na minha vida, e nunca é mesmo nunca, coloquei um cigarro na boca. Verdade! Nunca experimentei sequer! Nunca tive a curiosidade. E reparem que em adolescente podia tê-lo feito, já que havia colegas que o faziam. Perguntaram se queria experimentar, mas disse simplesmente que não e respeitaram-no. Nunca houve pressões nesse sentido, pelos amigos da altura, e eu não precisava de fumar para me sentir aceite.
Tenho amor à minha vida, não fumo! Pretendo viver mais anos, tenho tanto ainda por fazer... Condeno futuras mães que fumem durante a gravidez. Não preciso de dizer o porquê, certo?
Não gosto de nada no cigarro, desde o toque ao cheiro, esse é insuportável, detesto! Aquele cheiro entranhado na minha roupa e no meu cabelo, quando vou a um local onde é permitido fumar, é terrível! É chegar a casa, a roupa vai direitamente para o cesto da roupa e o cabelo imediatamente lavado. Como devem imaginar, para uma não fumadora, como eu, a lei que entrou em vigor a proibir fumar em locais fechados, sem ventilação própria para o efeito, foi uma batalha ganha. Chegar aos centros comerciais (onde houve a maior mudança), poder respirar à vontade, sem ter fumo de um cigarro alheio, que o seu dono deixa cair para trás, onde estou eu, a respirá-lo, é óptimo! Ir a um restaurante ou a um café, estar sentada a desfrutar da minha bebida ou comida, e não estar sujeita a ser incomodada com o fumo que se dissipa no ar, foi das melhores coisas que aconteceu após a aplicação da lei.
Quando saiu esta lei,  a  n.º 37/2007 de 14 de Agosto, que entrou em vigor no primeiro dia do ano de 2008, houve imensa controvérsia. Aqueles que fumam, queriam poder fazê-lo em qualquer lado livremente. Os comerciantes não viam condições para nos seus estabelecimentos, poderem fazer as obras necessárias, para a aplicação dos extratores de fumo, ao que ainda tinham que dividir as suas sala de refeição em zonas distintas: os fumadores e não fumadores, para mim a ideia feliz que agradou a quase todos.
Lembro-me do Sr. Miguel de Sousa Tavares, jornalista e escritor, pessoa que não admiro de todo, estar indignadíssimo com a aplicação da nova lei. O mesmo Sr. que disse numa entrevista que se podesse proibia bebés e crianças de frequentarem restaurantes. Compreendam, senhores! Não poder ter a sua refeição descansado e ser incomodado com o choro e birra dos outros, é realmente aborrecido... GOD! Já disse que não admiro o senhor, não já? Já disse que não gosto mesmo dele? Pois...
 
Passaram quase 7 anos, desde a entrada em vigor da lei do tabaco e apesar de os sítios que normalmente frequento ser proibido fumar, pois se fumassem lá, eu garantidamente não lá estava, ponto final! Ainda há pessoas que após o seu café, já que não podem fumar e beber ao mesmo tempo, como era antes, vão a correr para o lado exterior da porta do estabelecimento, acendem o seu cigarro e fumam de forma desenfreada, como se de uma ressaca se tratasse. E o fumo todo a entrar para dentro do estabelecimento. A porta está aberta e o fumo entra, o cheiro espalhasse, eu sinto o ar poluído  e detesto ter de fumar o cigarro dos outros. Não podem mover-se para o oposto da porta, de modo a que o fumo já não entre, e deixe de incomodar aqueles, que como eu, não querem fumar? É pedir muito andarem uns passos mais? Parece que é!
 
Um maço de tabaco é caríssimo, é sem dúvida um vício caro! Por mim podem continuar a aumentar o seu valor, para ver se deixam de fumar tanto... É um vício que põe em causa a saúde de quem fuma e de quem o absorve. A longo prazo os efeitos provocados no aparelho respiratório é assustador, pode levar à morte! Para quem fuma, o prazer que dá terem um cigarro na boca, o puxar a nicotina para si, travar o fumo e expeli-lo é um acto que não tem preço. Até ao dia em que esse valor a ser cobrado é alto de mais... Posso compreender o vício, o prazer que dá, a adrenalina, mas nunca poderei compreender como o prazer é um mal menor, para todas as consequências que do tabaco advém. O café é o meu pecado diário, o meu vício, que não me destrói por dentro, que não me muda o tom de voz, que me deixa respirar.
 
Também há os cigarros eletrónicos, que chegaram aos centros comerciais em massa, que prometem não fazer mal à saúde, contudo a sua eficácia ainda não está provada a 100% e ainda existem dúvidas em relação aos mesmos.
 
Para quem fumava e deixou de o fazer, os meus parabéns, acabaram de ganhar mais anos de vida! Para quem fumava e continua a fazê-lo de forma mais reduzida, os meus parabéns, são passos pequenos, mas de extrema importância!
 
Na minha casa ninguém fuma. Curiosamente não tenho amigos próximos que fumem, mas se alguém quiser fumar não é na minha casa, nem no meu carro. A rua é grande e é ao ar livre, vão até lá!
 
A não fumadora,
 
Paula G.


Sabem o que contém um simples cigarro? Ora atentem:




E vocês, fumam ou já fumaram? Experimentar sequer? O que vos leva a continuar a fazê-lo?

2 comentários:

  1. Recentemente na televisão vi uma reportagem em que dados indicavam que em toda a população com cancro no pulmão 80% era fumador e 15% frequentava lugares onde existiam muitos fumadores. Ora se estes dados existem, porque é que não se tomam medidas mais drásticas? E não me venham a dizer que é por motivos económicos em relação à industria do tabaco, porque todos os anos muito dinheiro é gasto em tratamento de fumadores com cancro.

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    1. Esses estudos vieram provar aquilo que já se sabia: quem fuma fica doente, quem não fuma, fica doente na mesma, basta frequentar sítios onde o fumo do tabaco seja intenso. O ideal: não fumar e não frequentar sítios onde seja permitido fumar.

      Obrigada pelo comentário :)

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Comentários ao luar