sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Eu sou a outra

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No seguimento da conversa da outra, o cantor Paulo Gonzo, de quem gosto, diga-se, canta em dueto com Matias Damásio, a música Eu Sou a Outra, onde falam exactamente da mulher amada que é a segunda escolha, usada para a traição. Resumindo: a amante. A letra é maravilhosa, tem um carácter humorístico, a meu ver, e que me levou a acrescentar uns coros em jeito de brincadeira. Escutem a música, ao mesmo tempo que acompanham a letra. Digam lá se não está aqui uma coisa gira ;) Divirtam-se que a vida são dois dias e um já foi!
 
 

 
Eu sou a outra (pois és)
Aquela que todos condenam (querias o quê)
Que ao meu lado ele é feliz (será que é?)
Que tudo eu fiz nunca falam (não sabem)
 
Limitam-se a ofender-me (és a amante)
Lutam para me destruir (não devias existir)
Ignoram meus sentimentos (não os devias ter)
E meus olhos sempre choram (mais e mais)
 
Na rua me chamam nomes (és a outra)
Trambiqueira interesseira (és?)
Já dizem que eu não te amo (amas)
Que te engano com outros homens (não sabem)
Eu choro, eu choro (mais e mais)

Minha mãe para mim não fala mais (normal, tem vergonha)
Meus irmãos estou a perder (deixa-o)
Eu choro, eu choro (chora)
Minha família eu sacrifiquei (erras-te)
Por ti meu grande amor (nunca devia ter começado)
 
Eu sei que ele é casado, tem família e tem mulher (não fazes parte)
Mas o que é que eu vou fazer (deixá-lo)
Se o meu coração, assim quer (manda a razão)
Queria eu também ter um homem só para mim (vais ter)
Mas o que é que eu vou fazer (deixá-lo)
Se a destino não me dá (tens que olhar bem)
 
Quando o filho dele em casa esta doente, eu também choro (chora mais)
Quando ele fica triste em casa, eu também deprimo (totó)
Eu sei que ele só vem aos domingos e as segundas (já vais com sorte)
Mas eu lhe amo mesmo assim, eu lhe amo mesmo assim (burra)
 
Não me faltam homens que queiram me dar um anel (aceita)
Mas a verdade é que com ele eu me sinto (como?)
Como se tivesse subido ao altar (com duas noites)
Desculpa só é (desculpa-te a ti)
Eu sou a outra, também mereço ser feliz (claro)
O meu senhor aiaiaia também mereço ser feliz (mereces)
Eu choro, eu choro (mais e mais)
 
Assumo, assumo, assumo eu sou a outra (a segunda)
Eu sou a outra... (a sempre outra)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ela é a outra

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Eu não sou a outra. Ela é! Ela é a outra. A outra é a segunda escolha do homem que ama.  Ele dá-lhe amor, mas é um amor dividido entre ela e a sua mulher, a oficial, que apresenta a toda a família e aos amigos. Ele diz amá-la e que vai lutar por ela, quem sabe poderá deixar a mulher. Promete ficar com ela e a outra fica à espera que esse dia chegue. Mas esse dia nunca chega. Ele gosta do perigo iminente de poder ser apanhado, da adrenalina na situação traiçoeira. Ele ama-a, mas ama ainda mais a estabilidade que o seu casamento lhe dá e por isso, a sua mulher, será sempre a sua mulher, e a outra, será sempre a outra.
A outra vê o homem que mais ama, passar do outro lado da rua, de mão entrelaçada com a sua mulher, de olhar cúmplice e a sorrir. São felizes, dizem aqueles que olham o casal apaixonado. Os amigos (do casal) juram que são um casal exemplar, com um amor inabalável, que será para a vida. A outra sabe que nunca será a mulher para a vida, aquela de quem os amigos falam. Quando cai a noite, sozinha no seu quarto, na sua cama larga, que tem duas almofadas, para quando o seu amor lá dorme, ela sozinha, chora. Não o tem durante a noite. Não o pode ter. Nunca saberá o que é dormir uma noite inteira agarrada a ele e acordar no seus braços.
Muitas vezes estes homens têm filhos, uma vida estável, um casamento já duradouro, a família está construída e acabar com tudo isto é tarefa impossível. Encontram na traição a fuga à rotina, para manter muitas vezes, o seu próprio casamento. Acabam apaixonados por elas, mas jamais o vão assumir.

Aqui podem acontecer duas situações:
  • Elas não sabiam que eles eram casados, pois apresentou-se como um homem solteiro e quando o descobre já é tarde demais, já está apaixonada, ele acaba por se apaixonar também e decide contar-lhe a verdade, pois não merece ser enganada. Aí ela tem duas hipóteses: é a amante ou tem dignidade por si mesma e acaba com tudo. Perde o seu grande amor.
Ou:

  • Elas já sabiam que ele era casado, até conhecem a mulher dele, mas não escolheram o homem a quem o coração quis amar. E assim elas amam-lo em segredo, à espera do dia que possam gritar ao mundo o quanto o querem.
 Afinal quem são estas mulheres? São mulheres cegas pela paixão, que procuram um pouco de carinho e afecto de um homem que não terá muito para oferecer, a não ser uns bons momentos a dois, passados com o tic tac do relógio a contar. Não terão uma casa para partilhar. Não o poderão apresentar à família como namorado. Não poderão falar ou estar juntos sempre que querem. Será a falta de amor próprio que as sujeita a isto? A outra merece ser a principal, a oficial da vida de alguém, merece ser respeitada e amada sem condições impostas.

Agora quero o vosso feedback. Conhecem alguém que seja a/o outra/outro? O que acham que os leva a continuar nessa situação?